Ruderalis, Lowryder ou Automáticas?

A história das variedades automáticas de cannabis é uma jornada repleta de inovação, perseverança e um pouco de sorte. Desde suas origens modestas até se tornarem uma das opções mais populares entre cultivadores de todo o mundo, as automáticas mudaram completamente o cenário do cultivo de cannabis. Vamos explorar essa história incrível, repleta de curiosidades e momentos-chave que moldaram o que conhecemos hoje como cannabis automática.

O Início: A Descoberta da Ruderalis

A história das automáticas começa com uma variedade menos conhecida de cannabis chamada Cannabis ruderalis. Esta planta foi descoberta em 1924 na região da Ásia Central, mais especificamente na Rússia e nas áreas circundantes da Sibéria. Diferente das outras duas variedades principais de cannabis – Cannabis sativa e Cannabis indica – a ruderalis tinha uma característica peculiar que mudaria o cultivo de cannabis para sempre: ela florescia de maneira independente do ciclo de luz.

Enquanto as variedades de sativa e indica dependem de ciclos de luz específicos para iniciar a floração (normalmente, requerem um ciclo de 12 horas de luz e 12 horas de escuridão para começar a florir), a ruderalis florescia automaticamente após um certo período de crescimento, geralmente em torno de 3 a 4 semanas. Essa característica única foi o resultado de sua adaptação ao clima extremo da Sibéria, onde as estações são curtas e a planta precisava garantir sua reprodução em um curto espaço de tempo.

Os Primeiros Experimentos: O Nascimento das Automáticas

Por muito tempo, a Cannabis ruderalis foi considerada de pouco interesse pelos cultivadores, principalmente porque produzia baixos níveis de THC e suas flores eram pequenas e pouco densas. No entanto, na década de 1970 e 1980, breeders visionários começaram a ver o potencial dessa planta. Se pudessem cruzar a ruderalis com variedades de indica ou sativa, poderiam criar plantas que florescessem automaticamente, mas que também tivessem a potência e o rendimento das cepas mais tradicionais.

Esses primeiros experimentos não foram fáceis. Cruzar a ruderalis com sativa ou indica resultava em plantas híbridas que nem sempre herdavam a característica de floração automática, ou que mantinham a baixa potência e rendimento da ruderalis. No entanto, com muita paciência e seleção cuidadosa, os breeders começaram a produzir híbridos que combinavam o melhor dos dois mundos: a floração automática da ruderalis e a potência e produção das outras variedades.

A Primeira Variedade Automática: Lowryder

O verdadeiro marco na história das automáticas veio com o lançamento da Lowryder nos anos 2000. Desenvolvida pelo breeder The Joint Doctor, a Lowryder foi a primeira variedade automática a ganhar popularidade em grande escala. Ela era compacta, rápida e fácil de cultivar, ideal para quem tinha pouco espaço ou queria um ciclo de cultivo rápido.

A Lowryder se tornou um sucesso instantâneo entre cultivadores urbanos e aqueles que precisavam de discrição. Ela podia ser cultivada em pequenos espaços, como varandas ou até dentro de casas, sem precisar de ajustes complicados no ciclo de luz. Além disso, o ciclo de vida completo da planta, do plantio à colheita, podia ser concluído em menos de 10 semanas, uma vantagem significativa para quem queria múltiplas colheitas ao longo do ano.

A Evolução: Automáticas de Segunda e Terceira Geração

Com o sucesso da Lowryder, o interesse por variedades automáticas explodiu. Breeders em todo o mundo começaram a trabalhar em novas linhagens, buscando melhorar a potência, o sabor e o rendimento das automáticas. Isso levou ao desenvolvimento das chamadas automáticas de segunda e terceira geração.

Essas novas variedades superaram muitos dos problemas iniciais associados às automáticas, como a baixa potência e o tamanho reduzido das plantas. Agora, era possível encontrar automáticas que produziam flores densas e resinosas, com perfis de terpenos complexos e níveis de THC comparáveis aos das melhores variedades fotoperiódicas. Além disso, a diversidade de cepas automáticas cresceu enormemente, abrangendo desde indicas potentes até sativas energéticas, todas com o benefício da floração automática.

Curiosidades e Avanços Recentes

Versatilidade Climática: Uma das grandes vantagens das automáticas é sua versatilidade em diferentes climas. Como não dependem do ciclo de luz para florir, podem ser cultivadas em praticamente qualquer época do ano e em uma ampla variedade de condições ambientais. Isso as torna especialmente populares em regiões com verões curtos ou em países onde a legislação sobre cultivo ao ar livre é restritiva.

Múltiplas Colheitas: Devido ao seu ciclo de vida curto, as automáticas permitem múltiplas colheitas em um ano, mesmo em climas temperados. Um cultivador pode iniciar uma nova colheita a cada 12-15 semanas, maximizando o rendimento em um curto espaço de tempo.

Discrição e Compactação: Muitas automáticas são compactas, com plantas que raramente excedem 1 metro de altura. Isso as torna ideais para cultivadores que precisam de discrição, seja por razões pessoais ou legais. Além disso, o tamanho reduzido facilita o cultivo em pequenos espaços, como armários ou varandas.

Cruzamentos com Cepas Modernas: Hoje, muitos breeders estão cruzando automáticas com algumas das cepas fotoperiódicas mais famosas, como OG Kush, Sour Diesel e Blueberry, criando versões automáticas dessas variedades icônicas. Isso permite que os cultivadores desfrutem das características dessas cepas clássicas, mas com a conveniência da floração automática.

O Futuro das Automáticas

O futuro das variedades automáticas de cannabis parece brilhante. Com avanços contínuos na genética, as automáticas estão se tornando cada vez mais potentes, produtivas e variadas. Breeders continuam a explorar novas combinações genéticas, e novas técnicas de cultivo estão sendo desenvolvidas para maximizar o potencial dessas plantas.

Além disso, as automáticas estão ganhando popularidade não apenas entre cultivadores caseiros, mas também entre grandes produtores, especialmente em mercados legais onde a demanda por colheitas rápidas e consistentes é alta. À medida que mais países legalizam o cultivo de cannabis, a demanda por automáticas, com sua facilidade de cultivo e ciclos rápidos, provavelmente continuará a crescer.

Conclusão

De suas raízes humildes na áspera paisagem da Sibéria, as variedades automáticas de cannabis evoluíram para se tornarem um dos segmentos mais empolgantes e inovadores do mercado de cannabis. Combinando a conveniência da floração automática com a potência e o sabor das melhores cepas tradicionais, as automáticas representam o futuro do cultivo de cannabis. Se você é um cultivador iniciante em busca de uma colheita fácil e rápida, ou um entusiasta experiente procurando maximizar seu rendimento, as automáticas oferecem uma boa experiência para todos. 

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